27.10.2025 às 15:53h - Extremo Oeste
A presença da cigarrinha-do-milho em lavouras do Extremo Oeste catarinense acendeu o alerta entre produtores e técnicos da área agrícola. Embora a média estadual esteja controlada com menos de um inseto por armadilha, o último levantamento do programa Monitora Milho SC, realizado entre os dias 13 e 20 de outubro, mostra que a região tem sido crítica para a presença de fitopatógenos, ou seja, bactérias e vírus que comprometem o desenvolvimento do milho.
Segundo a pesquisadora Maria Cristina Canale, da Epagri/Cepaf, o maior risco está na presença de cigarrinhas infectadas com os causadores do enfezamento-vermelho (fitoplasma) e do enfezamento-pálido (espiroplasma), doenças que reduzem drasticamente a produtividade da lavoura.
“A frequência da infecção nos insetos vetores vem se repetindo nas últimas semanas, especialmente no Extremo Oeste. Por isso, é essencial que os produtores comecem o manejo com inseticidas de contato logo nas primeiras fases da cultura, visando conter a migração dos insetos”, explica.
A recomendação da Epagri é ao identificar a presença das cigarrinhas nas lavouras, os agricultores devem iniciar o controle com produtos químicos e, sempre que possível, usar inseticidas biológicos como complemento.
O Monitora Milho SC acompanha semanalmente 55 lavouras espalhadas por Santa Catarina. Criado em 2021, o programa é resultado de uma parceria entre Epagri, Udesc, Cidasc, Ocesc, Fetaesc, Faesc, CropLife Brasil e a Secretaria de Agricultura. A iniciativa já é referência nacional e internacional no combate à cigarrinha-do-milho.
Apesar dos enfezamentos já serem conhecidos no Brasil há décadas, Canale ressalta que os surtos se tornaram mais frequentes. “É hora do setor produtivo aprender a conviver com o problema. Isso exige um manejo regionalizado, integrado e com participação ativa de todos os produtores”, destaca.
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